Economia
Anunciada pelo Banco Central na última segunda-feira, 26, a medida que reduz tarifas de operações com cartão de débito deve estimular o uso dos cartões e favorecer sobretudo pequenos varejistas, que hoje lidam com custos mais elevados.
O Banco Central atuou para limitar a tarifa de intercâmbio, uma taxa paga aos emissores de cartões (bancos, por exemplo) pelos credenciadores (Cielo, Rede, entre outras empresas). Para operações no débito, a determinação do BC é de que a tarifa seja limitada em dois parâmetros: a média deverá ser de até 0,50% do valor da compra e a máxima em até 0,80%.
No mercado, essa redução da tarifa que vai para os bancos é vista como um estímulo para que aumente o volume das transações em cartão, que passariam a substituir as transações em dinheiro e ganhariam espaço sobretudo nos varejistas de menor porte.
“Quanto menor o lojista, mais ele tende a perceber esse efeito, dado que grandes varejistas já trabalham com uma estrutura mais otimizada de custo de transação”, comenta Fabrício Costa, fundador da Equals, empresa especializada em gestão de meios de pagamento. Hoje, a taxa varia conforme o relacionamento do lojista com a empresa de cartões. Grandes varejistas têm maior volume e maior capacidade de negociação.
Do lado dos varejistas, a discussão foi acompanhada pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), que já esperava o anúncio da nova medida para este mês de março. Segundo a entidade, a redução da taxa tende a aumentar o volume de transações com débito. Com maior volume, os bancos poderiam compensar as perdas com a taxa menor.
A medida do BC, que vale a partir de 1.º de outubro deste ano, faz com que o teto da taxa paga aos bancos possa cair até 40%, conforme informou o diretor de Política Monetária do Banco Central, Reinaldo Le Grazie. Antes da medida, a tarifa máxima chegava em torno de 1,12%, e não havia limitação, disse ele.
A maior concorrência entre empresas de maquininha é vista como um ponto chave para esse novo passo no setor. “O varejista só vai ser beneficiado porque hoje já há mais concorrência no mercado”, comenta Costa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.