Por Jorge Santana

Seria mais um modismo (ou buzzword como dizem os gringos)? Definitivamente, a resposta é um sonoro não. Cidade Inteligente é uma abordagem que vem sendo adotada por administrações municipais mundo afora, consistindo em uma estratégia que tira proveito dos avanços tecnológicos em favor da cidadania.

Jorge Santana de Oliveira, Secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Turismo da cidade de Aracaju

Mais de 80% da população brasileira vive em cidades e essa porcentagem segue aumentando. Com essa perspectiva, a complexidade da gestão do desenvolvimento urbano sustentável leva à busca por soluções inovadoras e criativas que promovam melhor qualidade de vida com o engajamento dos cidadãos.

A disponibilidade e facilidade de acesso às tecnologias da informação e da comunicação pavimentam o caminho em direção à cidade inteligente. No entanto, a tecnologia será sempre um meio, jamais um fim em si mesmo. Nesse contexto, as pessoas passam a ter um papel muito importante enquanto beneficiárias e participantes das transformações a partir do uso ativo de aplicações e dispositivos móveis que facilitam o monitoramento e a colaboração com as políticas da gestão municipal.

Ao favorecer a participação do cidadão, a cidade inteligente se torna mais pulsante, inovadora, competitiva, atrativa e resiliente. Permite, ainda, avanços em temas como transparência da gestão, desburocratização, segurança cidadã, mobilidade, respostas mais ágeis em situações de emergência, contribuindo com importantes variáveis para o planejamento urbano sustentável de longo prazo.

A implantação de um programa de cidade inteligente é uma tarefa complexa que requer grande liderança e visão – no caso de Aracaju, esses requisitos estão presentes no entusiasmo e na disposição do prefeito em patrocinar de forma prioritária esse programa -, trazendo como contrapartida múltiplos benefícios para a população.

Na trajetória para a cidade inteligente há espaço para o exercício da criatividade na busca por soluções simples, inovadoras e que não demandem recursos expressivos, preferencialmente envolvendo empresas e startups do locus urbano. Mas também haverá demandas de maior expressão econômica que exigirão a formação de parcerias público-privadas.

Em resumo, tornar uma cidade inteligente não é apenas modernizar e informatizar a administração municipal. Muito além disso, é colocar o ser humano no centro do planejamento e desenvolvimento, promovendo um ciclo virtuoso que produza não apenas bem estar econômico e social, mas também que garanta o uso sustentável de seus recursos de maneira a assegurar a qualidade de vida no longo prazo.