Comércio
Por JL Política
A jornalista Mônica Pinto, autora de “Comércio em Sergipe – História e Histórias”, livro que, a pretexto da celebração dos 70 anos da Fecomércio, defende que essa publicação “consolida a importância desse setor produtivo na vida sergipana, inclusive relacionando-o a aspectos sociais e culturais”.
Mônica Pinto dedicou-se por cerca de um ano entre pesquisa e escrita na produção desse livro. “O aspecto mais desafiante foi, seguramente, a pesquisa”, diz a autora. Segundo ela, “Comércio em Sergipe – História e Histórias” subscreve a tese de que sem a atividade comercial o Estado de Sergipe certamente seria outro, menos pujante.
“Administrativamente, sem o interesse comercial, provavelmente a capital não tivesse sido transferida de São Cristóvão para Aracaju, o que, por si só, já resultaria em um cenário muito diferente do que acabou se concretizando”, diz Mônica.
“De imediato, se pode afirmar que a própria conformação geográfica de Sergipe seria diferente. Um dos trechos mais interessantes do livro, a meu ver, é o que mostra como cidades nasceram geradas por feiras. Um dos exemplos está já em seu nome – Feira Nova”, reforça.
O evento comemorativo do aniversário de 70 anos de fundação da Federação do Comércio do Estado de Sergipe – Fecomércio – acontece no Hotel Sesc Atalaia, a partir das 19h30. Veja a seguir a breve entrevista que Mônica Pinto concede à coluna Aparte.
Aparte – Qual é o contributo que livro “Comércio em Sergipe – História e Histórias” presta à causa comercial do Estado de Sergipe?
Mônica Pinto – Primeiro, ele contribui como um relato histórico elaborado com critérios acadêmicos, obtendo as informações de fontes incontestes do ponto de vista da correção e do critério científico. Na prática, acredito que consolide a importância desse setor produtivo na vida sergipana, inclusive relacionando-o a aspectos sociais e culturais. A segunda parte, que traz as trajetórias de uma amostra de 25 empresários e empresárias, tem o viés de ilustrar, também, como empreender nesse segmento implica em transpor muitos desafios – embora, pelo que se depreende das entrevistas, também resulte em muitas realizações.
Aparte – Ele demandou quanto tempo entre pesquisa e escrita?
MP – Entre pesquisa e redação, foi quase um ano de trabalho. Uma das dificuldades foi encontrar fontes confiáveis, já que não havia trabalhos acadêmicos específicos sobre a história do comércio em Sergipe. A estratégia foi fazer recortes possíveis em artigos, livros e outras publicações que, em geral, abordavam o estado de forma mais ampla, mas traziam, em algum momento, informações relevantes sobre o setor comercial. O aspecto mais desafiante foi, seguramente, a pesquisa.
Aparte – A partir da sua pesquisa, é fácil chegar a uma conclusão de que Sergipe seria o que sem uma atividade comercial forte?
MP – De imediato, se pode afirmar que a própria conformação geográfica de Sergipe seria diferente. Um dos trechos mais interessantes do livro, a meu ver, é o que mostra como cidades nasceram geradas por feiras. Um dos exemplos está já em seu nome – Feira Nova. Administrativamente, sem o interesse comercial, provavelmente a capital não tivesse sido transferida de São Cristóvão para Aracaju, o que, por si só, já resultaria em um cenário muito diferente do que acabou se concretizando.
Aparte – “Comércio em Sergipe – História e Histórias” conta uma história paralela, ou ela é a principal, dos 70 anos da Fecomércio?
MP – O cerne do livro é, de fato, a história do comércio em Sergipe, uma proposta que me foi apresentada pelo presidente da Fecomércio Sergipe, Laércio Oliveira, com quem trabalho há quase 20 anos. Naturalmente que, ao ensejo dos 70 anos da Federação, sua importância e parte das ações que empreendeu e empreende foram contextualizadas. Mas isso se deu no fim do livro, justamente para que a obra não soasse institucional.
Aparte – Há suspeição em o livro tratar a gestão do presidente Laércio Oliveira como mais resolutiva do que as anteriores?
MP – Na verdade, grande parcela desse enfoque à Fecomércio Sergipe é também um levantamento histórico de sua origem e, como disse, dos muitos atendimentos feitos pelo Sistema, aí incluídos o Sesc e o Senac. O que se mostrou da administração do presidente Laércio – nem por um momento exposta como mais eficiente do que as anteriores – foram algumas marcas de sua gestão, a exemplo da completa reforma da Pousada do Comerciário, hoje Hotel Sesc Atalaia.
Aparte – Causou-lhe prazer ou foi um exercício meramente burocrático escrevê-lo?
MP – Eu diria que foi não só um prazer, como uma dádiva. Meu cabedal de conhecimento sobre Sergipe, a economia sergipana e o comércio em particular, teve uma expansão que muito me alegra. Comentei várias vezes que, principalmente no decorrer das entrevistas com os empresários e empresárias, era como se estivesse fazendo um curso básico de Administração de Empresas. Pude conferir os meandros de uma atividade que envolve talentos não só no âmbito da gestão, mas no trato com as pessoas, clientes e funcionários. Necessário ainda atuar de modo a se defender do massacre que o poder público quase sempre promove, pela carga tributária e por uma absoluta falta de incentivos ao empreendedorismo. Em resumo, o livro demandou vários processos trabalhosos, óbvio, mas também permeados por alegrias, aprendizados, gentilezas – enfim, coisas boas de que o mundo tanto precisa.
O lançamento aconteceu no dia 19/04/2018