Economia

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse nesta segunda-feira, 12, que o processo de inflação baixa no Brasil continua neste começo de 2018, o que é positivo para a economia, porque permite “continuar a conjuntura atual”. “Continuamos com inflação de alimentos benigna”, disse ele durante palestra em evento no Conselho de Negócios Brasil-Flórida em São Paulo.

“Parece que inflação se estabilizou no nível de 3% e deve voltar à meta”, disse Ilan, observando que o cenário base é que os preços voltem em direção ao referencial do BC e o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil siga a retomada de forma consistente.

Ilan começou sua apresentação ressaltando que há três fenômenos positivos na economia brasileira: a queda inédita da inflação, a redução dos juros e a recuperação da economia. “A queda da inflação foi inédita, no sentido de ter sido muito rápida”, avaliou.

O presidente do BC ressaltou que os juros chegaram a cair para a casa dos 7% no passado, mas não se sustentaram nesse patamar. “Nosso objetivo é que hoje as taxas se sustentem nesse patamar”, disse ele, fazendo uma analogia com dietas: é sempre mais fácil perder peso em dietas do que mantê-lo por muito tempo. A atual queda dos juros, que aconteceu de forma relativamente rápida, é percebida como sendo “responsável e sustentável”, disse ele.

A ancoragem das expectativas de inflação foi fundamental, ressaltou Ilan em sua apresentação. O dirigente citou entre os contribuintes para a queda da inflação o forte recuo dos preços dos alimentos e a capacidade ociosa da economia, após dois anos de recessão.

Responsável pelo primeiro descumprimento da meta de inflação por causa de um índice tão baixo, o presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn, foi eleito o melhor banqueiro central do mundo pela revista britânica “The Banker”, do grupo Financial Times, em janeiro de 2018.

Retomada

 “A economia brasileira está em processo de recuperação.” Os analistas estão prevendo que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça cerca de 3% deste ano, ressaltou o presidente do BC. “A recuperação da atividade tem sido melhor que o esperado”, destacou Ilan. O dirigente observou que a economia já está rodando com um crescimento de 2% a 2,5%.

O cenário internacional segue benigno, disse ele, o que é positivo para o Brasil. “Temos basicamente o mundo todo crescendo, desde o Japão, a Europa e os Estados Unidos”, disse Ilan, destacando que a economia global está se expandindo na casa dos 3,7% e já não se fala mais em pouso forçado na China e o debate sobre “estagnação secular” perdeu espaço. A perspectiva é que os EUA sigam crescendo em ritmo importante, o mesmo acontecendo com outros países.

O cenário global está favorável, mas não vai durar para sempre, alertou o presidente do BC. O ambiente de juros baixos nos países desenvolvidos deve se normalizar e pode ser que a tomada de risco de papéis de países emergentes pare em algum momento. “Temos que estar preparados para que, se ocorrer, tenhamos nossa capacidade de resistir”, disse ele, destacando que o Brasil tem bons indicadores externos e elevadas reservas internacionais.

Banco Central

Fonte: Estadão Conteúdo