Por Marina Motomura

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), existem 193 países. Mas há algumas ausências nessa lista. As duas mais famosas são Taiwan, cuja independência não é reconhecida pela China, e o Vaticano, que, apesar de ficar de fora do cadastro da ONU, é “observador permanente” da entidade, status que dá direito a voto nas conferências. A Palestina também é um Estado observador. Além disso, a ONU não contabiliza possessões e territórios. A Groenlândia, por exemplo, fica de fora porque é território da Dinamarca.

Para ganhar a carteirinha de sócio, o país deve ter fronteiras definidas, sustentação econômica – uma moeda ajuda bastante – e soberania nacional. E ainda deve ser reconhecido pelos outros integrantes do clube. Mas a lista da ONU não é a única. Algumas associações esportivas também têm as suas. É o caso do Comitê Olímpico Internacional, com 206 membros, e da Fifa, que tem 209. Territórios como Aruba e Ilhas Cayman, não reconhecidos pela ONU porque pertencem, respectivamente, à Holanda e ao Reino Unido, integram as duas entidades.

Se você acha e tem muito país pra pouco mundo, saiba que isso é uma coisa relativamente nova: no início do século 20, havia apenas 57 nações. “Após a 1ª Guerra Mundial (1914-1918), o fim dos impérios austro-húngaro, na Europa, e turco-otomano, no Oriente Médio, fez com que surgissem novos países, como a Áustria e o Iraque”, diz a historiadora Maria Aparecida de Aquino, da USP. Décadas depois, a independência de ex-colônias da Ásia e da África dividiu mais o mapa. Nessa época surgiram Índia e Paquistão (1947) e Moçambique (1975), entre outros países. Na década de 1990, com o fim da União Soviética, o mundo ganhou outra leva de nações, como a Ucrânia e o Uzbequistão. E novas divisões ainda são traçadas em zonas de conflito. A Caxemira, na fronteira entre Índia e Paquistão, e a Chechênia, na Rússia, reivindicam a independência na ponta da baioneta. Os mais novos países reconhecidos pela ONU são Montenegro, ex-república iugoslava que ganhou status de país independente em 2006, e Sudão do Sul, que em 2011 conquistou sua independência do Sudão após uma longa e sanguinária guerra civil.